quarta-feira, 12 de março de 2014

Dívida soberana : No Reino da Mentira.

Há, como é sabido, muitos reinos. O Reino da Fantasia como queria  seu Reino  Walt Disney.  Havia e há o da Dinamarca, no qual pressentiu algo de podre Willian Sheakespeare. Há o dos sonhos, onde muita gente vive. E ainda há outros que, cada qual tem um universo de ingerência específico que o proclama e define, são, destarte, voltados à sua manifestação intrínseca, nela existindo e nela encontrando sua razão de existir. Assim no Reino da Fantasia é o intento de criar ilusão e nela se expressar, que faz a razão de ser e existir deste Reino, ainda que não seja objeto e intento exclusivo deste Reino, como veremos. Assim nos diversos reinos territoriais existentes, em cada país em que existem, têm como objeto e objetivo os diversos elementos que os conformam, na Dinamarca o território do país e os dinamarqueses, suas coisas e instituições, etc...etc...  assim os outros e muitos diversos reinos espalhados por este mundo fora, mesmo que não tenham território ou gentes têm o material de que são feitos estes reinos : No dos sonhos os sonhos, no do chocolate o chocolate, e assim sucessivamente.

Entretanto no Reino da Mentira o objeto e objetivo do reino muda totalmente. Seu interesse é outro, sua intenção é muito diversa, não guardam a relação direta e lógica de causa e efeito inerente nos demais reinos, nem tão pouco dispensam a inclusão dos abrangidos pela ocorrência deste reino, afeta ao universo de interesse a que estão sujeitos os visados pela manifestação deste reino no seu mais simples objetivo : enganar.

No Reino da Mentira não há exceções. No reino da Mentira não há excluídos. No Reino da Mentira não existe solução, a sua situação permanece, na sua  condição sua imanência perdura, porque sendo a razão reinante um enfoque sem compaixão, não há interrupções, paragens ou término. Não se compadece de nada. Prossegue na sua auto implantação, na sua senda existencial. É porque é. Existe porque existe. Faz-se porque se faz. E nisto sua maior força e seu maior vazio.

Compreendido isto, pode-se bem avaliar o porque de uma vez começada a situação dos programas de estabilização financeiras dos países afetados pela crise da dívida soberana e sua solução, que mais que tudo foi um  fosso, como aqueles criados nos incêndios para evitar que estes se alastrem, estes programas não apresentaram nenhum efeito, salvo o de, por um lado levarem os mercados a um abrandamento do nível escorchantes dos juros, e por outro elevarem o valor das dívidas a patamares absurdos (com ou sem hair-cuts efetuados) porque sua intenção não era solucionar, mas mascarar o problema, era ganhar tempo apenas. E como quem sabe de economia sabe, que por mais que se atrase, iluda,  restrinja, prorrogue ou afirme que vai haver uma solução para a dívida, que estas dívidas são impagáveis. E todos sabendo disto insistem em manter esta situação de ilusão de possibilidade que vai, é bem verdade, retardando a bancarrota por um lado, mas vai elevando os números das dívidas a valores estratosféricos por outro. Até quando? Até onde? Não pode ser : É hipocrisia à mais!

Agora vêm estes setenta em hora tão importuna dizer que isto é, como é, sem solução, e que é mister uma reestruturação, ou seja arrumar a sua estrutura de uma maneira mais possível de se lidar com ela, e numa hora pessimamente escolhida, acrescentam seus detratores. 


Façamos uma análise isenta do que afirmam (em Manifesto congraçadamente se constituíram) e da oportunidade de sua manifestação. 1º - O que afirmam é sabido por toda a gente há muito tempo, mas não se diz. Não se diz que isto não tem solução por este caminho, não é de bom tom (Eu, aqui, desde há um ano, venho afirmando que esta dívida é impagável.) 2º - Então alguém quer ir  para o Ártico e dirige-se para Sul, e você vê isto e deve ficar calado? 3º - A cumplicidade deste imenso silêncio promove afastarmo-nos cada vez mais do objetivo a alcançar, ou seja soma tempo perdido ao tempo que já se perdeu. 4º - E vem um grupo de cidadãos notáveis dos mais diversos quadrantes políticos e sociais, estou em crer que quase todos com a preocupação central da situação em que seu país se encontra, e estão todos errados? ( Disse quase por que haverá ali e acolá um ou outro com também outra motivação, aliás toda unanimidade é burra, portanto sempre haverá uns espertos, o que não lhes suprime a motivação central : Portugal necessita um caminho.) 5º Agora que se vai entrar no pós Troika, ou seja que se vai terminar o ERRADO programa de assistência financeira, e vamos ter eleições europeias, não é a hora? Então qual é?

Dizem os que acham o Manifesto um absurdo, sobretudo pela sua inoportunidade, que ao falar-se em reestruturação estar-se-ia a sinalizar que assim como está, não se vai pagar a dívida, e que com isto os juros subirão. Pergunto: Então não sabem que assim como está não se vai pagar a dívida? E que se é isto que fará os preços do dinheiro subir, Deus nos guarde : Eles, todos, acreditam nas mentiras que propalam. E isto tudo não tem solução.

Como alguém há de ter bom senso nisto tudo, e que se devem livrar desta prisão terrível que é acreditarem que nesta ilusão vão ter a algum lado, repito aqui, por incontornável, uma acertiva divina :  Conheça a Verdade e a Verdade vos libertará.

Benditos 70 !









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