domingo, 2 de março de 2014

Ucrânia: da iminência da Guerra Civil à iminência da Guerra.

Tendo saído lindamente e com o suporte da União Européia da iminência da Guerra Civil, livrando-se de um govêrno quase, ou mesmo, ditatorial pró russo e de Yanukovich, um presidente que é autor de crimes contra a humanidade (J'acuse!)  e tendo encontrando seu rumo maioritariamente europeísta, desagrada as intenções imperialistas de Vladmir Putin e coloca-se na difícil situação de ter de enfrentar a potência russa, não mais soviética, porém uma potência bélica, a mesma que liberou  a Ucrânia do domínio nazista na segunda Guerra Mundial, quando então começou, consentido pelos aliados, o Império soviético. 

Conforme sempre afirmei, após o esfacelamento da União soviética, que era dali que viria o perigo da terceira mundial, porque o grande império não aceitaria passivamente a sua desmembração, ainda que demorasse esta situação, conturbado pelas imposições internas, sobretudo de ordem econômica, todos querendo ser milionários num país onde só o Estado é que era, mas que serenada esta fase, voltariam as ambições imperialistas do Estado, consentida, não sei se desejada, pela sociedade russa.

Agora a amputação que se preparava, ou se prepara, é a da base naval que fica situada em Aqyar, Sebastopol como lhe chamam, e que está situada na Criméia, região de conflito internacional desde a metade do século XIX, tendo havido ali uma guerra quase mundial à época, e se situa mesmo junto aos Balcãs onde começaram sempre as Guerras mundiais. É conhecida a afirmação de que a Russia sem a Ucrânia é um país, com a Ucrânia é um império. Sabedor disto o homem da KGB, o coronel aparentemente, ou mediaticamente, simpático que presentemente dirige os destinos da Rússia, o homem que matou, torturou, conspirou pelo poder soviético, e que numa golpada de fidelidade e encobrimento foi elevado a 'tzar'. Vejo que muito dificilmente a Rússia deixará ir-se esta posição estratégica de Sebastopol, o que levou o Kremlin a imediatamente aprovar a invasão do território ucraniano pela Duma, sem pestanejar, sabedor que isto é uma declaração de Guerra, resta saber a quem. Se só à Ucrânia, se a NATO, que já declarou estar lá para apoiar a Ucrânia, se aos antigos aliados da Guerra fria, os mesmos da segunda Guerra Mundial sem a Rússia a grande potência incômoda que surgiu com a guerra contra a Alemanha que ela vence quase sozinha. A Russia elevada a grande potência pela ambição de Stalin, e  bipolo do pós guerra, foi o pior legado hitlerista. Ainda pagamos com sangue as consequências da megalomania daquele insano acompanhado pelo povo alemão.Temos ainda que este ano é o ano da guerra, pois completa-se um século da primeira mundial

Na localidade que sempre teve um estatuto especial dentro da Ucrânia, Sebastopol é cidade livre, como a capital, tendo sido fechada na época do domínio soviético, nunca tendo sido uma cidade como as outras,  e a Criméia é uma República Autônoma, a maioria é esmagadoramente russa  (mais de 72%) o que não justifica a invasão, nada justifica, porém é o pretexto perfeito para esconder os outros dois reais: a base naval de que não abrem mão os russos e o mais forte o desejo de possuir outra vez a Ucrânia, de que não abre mão Putin. Neste contesto o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov mentiu há dois dias dizendo tratar-se apenas de exercícios, vinte e quatro horas antes da Invasão, me lembram os ministros de Hitler, e a NATO com falas mansinhas, prestem atenção!

Desenganem-se os que pensam que com toda a movimentação diplomática que irá haver para tentar evitar a Guerra, convencerão àquele coronelzinho da KGB a retroagir. Tudo que faz Putim é muito bem e friamente pensado. Ele é muito jovem ainda e deseja-se se manter pelo menos mais vinte anos no poder e o poder que almeja é o Imperial Russo, aquele ao qual serviu como chefe da secreta e que ambiciona agora ter em mãos. Está preparado para a Guerra e desde há muito se vem preparando, recuperando progressivamente o poder bélico soviético. Pois não se iludam " Si vis pacem parabelum" por que só uma grande intimidação, uma prova de decisão inabalável de arriscar a terceira mundial poderá intimidá-lo, e fazê-lo parar, mesmo assim.... Uma postura tíbia, que é tudo que os atuais líderes mundiais nas últimas décadas, à exceção da Inglaterra, sempre a Inglaterra, têm sabido mostrar, nos atirará à todos na Guerra. Não tenham dúvidas, num mundo globalizado, todas as guerras desta proporção serão mundiais.







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