quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A Dra. Maria Manuela Dias Ferreira Leite.




Deixei passar os dias para que meu desagrado não influenciasse minha escrita, hoje debruço-me sobre o assunto.

Essa velha reacionária a quem eu recusei estender a mão quando a conheci pessoalmente numa reunião do Rotary de Algés, era meu julgamento de então, depois foi mudando o seu discurso, menos por convicção e mais pelo ódio de estimação que nutre por Passos Coelho a ter excluído dos quadros de candidatura parlamentar. Desprovida de outros atributos (salvo se é boa cozinheira, mas eu não arriscaria) que os de ordem intelectual, que se restringiram sempre à economia e gestão, sendo pouco versada em outras áreas, especialmente a jurídica, onde se revolta contra muita da legislação aprovada de seu país, especialmente certos pontos da Constituição. 

Com essa mudança de discurso que culminou na apresentação do livro de Pedro Adão e Silva indiciava uma vontade de revisão de suas posições, e que caminharia para uma posição mais progressista, evoluindo numa análise crítica que lhe permitisse despir a pele de tigre da reação para vestir uma pele algo mais desenvolvida, libertando-se a pouco e pouco dos tiques da retroação. Ia andando, até houve momentos em que me fez crer que iria se dar uma reabilitação, persignando-se das atitudes execrandas que povoam seu passado, assumindo uma nova posição de entendimento de verdades populares às quais está infensa.

E assim foi, não deixando de ser aquela que durante a sua campanha a primeiro ministro afirmou que uma ditadura era uma ideia apetecível, o que diz tudo de sua forma de ser e estar bem como de seu caráter, acaba por classificar como "Golpe de Estado" a um procedimento normal, comum mesmo em muitas democracias parlamentares, constitucionalmente previsto, revelando com essa afirmação seu verdadeiro humor escondido e guardado nas mais profundas franjas da sua viperina constituição anti-democrática.  

Esta senhora que por uma questão de querela pessoal fora se afastando de seu modo de estar, nunca deixou seu modo de ser, revelando-o tão logo foi encurtado o espaço de manobra onde podia torcer e retorcer suas convicções, ficando tudo descoberto à luz clara de um questionamento que se lhe antepôs. 

Com a tristeza do crente que acredita na recuperação das almas, com o desgosto do jurista que acredita no arrependimento eficaz, com a comiseração de quem anseia por um mundo melhor, escrevi 
essas linhas.

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