quarta-feira, 28 de outubro de 2015

As janelas verdes.




O Museu Nacional de Arte Antiga, conhecido carinhosamente como das janelas verdes, porque seu prédio, antigo Palácio dos Távoras, Palácio de Alvor mais propriamente, que o irmão de Pombal adquiriu junto ao largo de Santos-o-velho, num número da rua desse nome, número que se perdeu ou nunca existiu, bastando a referência de tão imponente palácio, que acaba por se apropriar do one de sua rua, e que junto ao rio por escadaria própria tinha-se acesso às suas embarcações privadas na Rocha Conde d'Óbidos, de saudosa memória, logo ali, e que o Marquês de Fronteira e Alorna, Trazimundo, nos conta em suas memórias, lembrando que lá esteve à época da partida de seus parentes para o Brasil, quando acompanhavam D. João VI em sua viagem, evocando o antigo embarcadouro, que então existia. sendo ainda dos finais do XVII, quando d. Francisco o manda construir após seu retorno da Índia, em 1778 passa a ser um Palácio com água à porta pela construção do chafariz num pequeno largo, largo que viria a ter o nome do primeiro diretor do Museu que passa a ocupar o palácio a partir de 1884.

E é no Museu e no seu atual diretor António Felipe Pimentel em que me quero situar. Conhecendo imensamente o primeiro, o museu, e desconhecendo totalmente o segundo, o diretor, devo congratular-me com sua iniciativa, porque tudo que é correto e competente deve ser louvado, e o referido diretor teve(tem) uma iniciativa louvável, na qual devemos todos participar.

É uma ação de financiamento colaborativo, ou como preferem alguns, que serão muitos, sua expressão em Ingês: 'crowdfunding' que pretende arranjar seiscentos mil euros para adquirir o quadro de Domingos Sequeira a adoração dos Magos, como nos informa o Diário de Notícias de ontem. O tema a Adoração, abordado por quase todos os importantes pintores do renascimento desde Leonardo e Botticelli, não deixou de ter em Portugal, ainda que tardiamente, seu adorador, um pintor que fizesse sua versão do tema consagrado, e que pudesse incluir-se na prestigiosa lista de adoradores, como chamo aos pintores que abordaram a temática. O quadro de Sequeira, esse menino da Casa Pia, depois pensionista de D. Maria I em Roma, filho de um barqueiro do Tejo, cujas águas do tempo trazem de volta na sua infindável viagem seu nome e seu quadro do menino Jesus sendo adorado, à rocha conde d'Óbidos onde o barco de seu genitor tantas vezes terá aportado.   

Adoradores todos nós da estética e da ética, queremos ver esse quadro chegar a bom porto, o porto de acolhimento museológico maior de Portugal, o nosso janelas verdes. Queremos e vamos pagar por isso! A solução é muito inteligente e baratíssima, divido o valor necessário a aquisição da obra, os seiscentos mil euros que ela custa, pelo número de portugueses, dez milhões, dá seis cêntimos a cada um, quantia irrisória, que cada um, não direi de nós porque não sendo português, não estou entre os dez milhões, e como irei contribuir, ainda fica mais barato. Claro que vamos dar alguns euros cada um o que logo porá Sequeira no lugar certo, respondendo ao mote da campanha : Vamos por Sequeira no lugar certo ou seja porá no Museu Nacional de Arte Antiga A Adoração dos Magos, o quadro que queremos ver em seu acervo.

Como colaborar, muito fácil: Ponha no motor de busca sequeira no lugar certo que logo aparece, note bem é sequeira com e e o site é do MNAA, o do museu, onde seu nome ficará para sempre associado a aquisição da obra. O que está esperando, pode transferir, pagar por multibanco, fazer remessa, vamos lá!!!  

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