quarta-feira, 13 de maio de 2015

Até que enfim!





Aparecida e Fátima regozijam-se, uns quantos esbravejam, outros contestam, ainda outros não aceitam, e creio que ainda alguns outros, como o Vasco Graça Moura, revirarar-se-ão no túmulo!

Uma só língua, uma só portugalidade (eu preferiria portuguesidade), um só dizer, uma enorme força conjunta mundo fora! Essa a verdade subjacente, latente e vigorosa neste ACORDO ORTOGRÁFICO que a partir de hoje é obrigatório, e que, como tal, deve ser cumprido.

Já veio para o espaço mediático o outro de plantão que sucedeu ao Graça Moura que não era ninguém, e por isto não pesava, mas este, que o substituiu, é um grande autor desta língua que ama, a amamos todos, e que quer ver preservada em seu arcaísmo lusitano, citando Pessoa para sua identidade, e esquecendo Camões, sendo esse mais arcaico que aquele, não deixou de ver a verdade translúcida e comprometedora de Portugal: Dera mundos ao mundo.

E nesta função todo seu compromisso, o compromisso de estar em sintonia, ou como queria Saint-Exupéry no Pequeno Príncipe o compromisso da responsabilidade, porque " Tu te tornas eternamente responsável por tudo que tu cativas, me cativastes e agora és responsável por mim..." e nesta última assertiva toda a realidade portuguesa, criou mundos, agora há que cartar com eles, porque é responsável!

Falar em estupidez, abastardamento, e arrogância, como o fez Miguel de Souza Tavares, filho de uma mulher fabulosa, e admirável escritor, é uma dessintonia, uma desconexão com a realidade que avança, e que avançou neste acordo. "Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras..." " É loucura odiar as rosas porque uma te espetou". Acredito que esta mudança espete aos que habituados a antiga ortografia, querem preservá-la, porém os atos que advirão dela, o congraçamento dessa imensa pátria plurinacional que é nossa língua, fala mais que a alteração na grafia de umas quantas palavras, alterando em uns pontuais casos a dição, - as palavras - pequeníssimo preço a pagar por uma unidade maior,  tão importante que ultrapassa questiúnculas - os atos.

" Eis o meu segredo. E muito simples: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos." Sempre seguindo as lições de Saint-Exupéry, este é o passo a dar para não nos queixarmos das palavras porque foram outrora dessa maneira e não doutra, circunstância transitória, ocasionalidade da vida deste ser vivo e mutável que é nossa língua, e nunca disse nossa, como brasileiro que sou, com tanta extensão e propriedade com tanta abrangência e unidade como hoje, neste dia feliz em que acordamos ter uma mesma forma de escrever em todo lado onde se escreve em português, num tempo novo que começa, este ano novo que se inicia hoje, por isto evoco esse último conselho 'exuperyano': "Para conhecer as estrelas olhe para o céu e para dentro de si... Neste ano novo deixe sua estrela brilhar!!!"

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