domingo, 10 de maio de 2015

Uma conversão declarada.






As afirmações de Raul Castro, o homem à cabeça do Estado cubano, de que :
                                                                                                                            1º - No partido comunista cubano, onde não eram admitidos crentes, que a partir de agora o vão ser, e
                                                                                                                   2º - De que ele irá pessoalmente às missas que o Papa Francisco celebrar em Cuba,

é, para quem sabe compreender o que se passa: UMA DELARAÇÃO DE CONVERSÃO!



Aos papas cabem inúmeras missões, pastorais, administrativas, políticas, religiosas, filosóficas, éticas, morais, diplomáticas e muitas outras, mas a sua missão primeira, sua própria razão de existir antes de qualquer outra, é arrebanhar almas (missão deveras esquecida por tantos papas) trazer as rezes ao rebanho, por isto pastor! Nunca até hoje, eu, que sou cristão e longe estive sempre de me ver como um praticante católico, não podia imaginar-me atuante na igreja, porque a sua realidade era algo muito distante para mim, homem de esquerda, com um espírito crítico forte, por outro lado, imaginar ouvir as palavras que ouvi da boca de um dos irmãos Castro, então, nem numa alucinação. Tive de rever a matéria jornalística duas vezes, porque minimamente não acreditava no que ouvia, mas afinal era verdade: Raul Castro se convertera!

Sim meus caros, porque esta declaração que fez é a prova provada de sua conversão, talvez nem ele mesmo se dê conta disto, disse-o porque entende que as afirmações do atual Papa trazem uma força de verdade que tocam no mais fundo de suas crenças ideológicas, daquilo de solidário que o comunismo tem, que converteu tanta gente, mas o cristianismo tem muito mais, se visto na sua plena dimensão, se pronunciado nas palavras do Cristo, seu único molde, sua única verdade. O mais incrível é que seus pastores, seus representantes, têm-na dito sem a força da sua inteireza, obnubilando-a, diminuindo-a, amesquinhando-a, até pela califasia, pela empáfia, pela presunção dos atores que fazem uso dessa palavra pastoral.

A força do verbo simples e humilde de Francisco todos toca, e, agora posso afirmar, todos converte.

A vontade de aproximação da Igreja que sentia em mim, e que vejo ser a mesma de Raul Castro, é uma ação pastoral de Francisco. Porque queremos a palavra, seja de quem for, a dizer a verdade, a apontar as fraquezas, a combater pela justiça. Para quem pretenda pregar, a maior lição que pode existir, está nas palavras de Jesus, e na sua forma de contemporaneidade em seu tempo, levando a cada homem, naqueles dias, a mensagem, esta eterna, mas cuja compreensão é feita no tempo de sua divulgação, e, logo, deve trazer os ecos desse tempo, para  tocar as almas e satisfazer as inquietações dos homens, prisioneiros de seu tempo de vida, por isto Jesus pareceu-lhes um líder político, é este o equívoco de Judas, mas esta é outra história, o que importa é que a voz de Francisco tocou-me, assim como tocou Raul Castro.

Já está mais que claro que a prisão em que todos nos encontramos, a prisão das aparências, das conveniências, dos mecanismos e dos organismos que nos envolve e nos limita na sociedade e individualmente, e como precisamos nos livrar desta prisão, ela só tem uma chave que a abra, é a sinceridade, é falar direto aos corações dos homens. E só há sinceridade dentro da plenitude da verdade! Aquela verdade para a qual Jesus nos lembrava que a conhecendo estaríamos libertos.

Todos os que são libertos, convertem-se, pela força desta libertação, à palavra libertadora.

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