Contei no artigo intitulado: Um inédito de Florbela Espanca, que no sarau que se realizou no verão de 1930, em Julho, quatro meses antes da morte de Florbela, Adolfo Faria de Castro, recolheu uns quantos versos das poetisas presentes, e eram elas entre outras que compareceram a este sarau de Julho de 1930:
1. Branca de Gonta Colaço.
2. Fernanda de Castro.
3. Laura Chaves.
4.Thereza Leitão de Barros.
5. Rosa Silvestre
5. Rosa Silvestre
6. Alice Ogando.
7. Helena de Aragão.
8. Florbela Espanca.
9. Candida Ayres de Magalhães.
10. Oliva Guerra.
E foram destas quadras recolhidas por Adolfo naquele dia, que retirei a de Florbela, já não mais inédita pela publicidade de meu anterior artigo sobre esta matéria. Entretanto pensarão alguns que comecei por Florbela, por ela ser a mais conhecida, hoje, da lista de oito poetas daquele sarau, enganam-se, o meu critério foi a força do poema entre os recolhidos, e, como verão, o de Florbela ganha de longe.
Certamente, naquele verão de 30, Florbela não era o nome mais sonante, Branca Eva de Gonta Syder Ribeiro Colaço, esposa do ceramista dono de seu último apelido, o renomado Jorge Rey Colaço, era este nome entre as demais, algumas outras ganharam maior notoriedade mais tarde, mas neste 1930 Branca era a mais notável, por isto é dela que é recolhida a primeira poesia, esta ordem apresentada é a mesma que aparece no álbum, e talvez seja também a da mais famosa pelo menos naqueles dias, porém lhes será possível comparar a força poética das diversas poetisas, não só com os versos que irei aqui publicar, como com a comparação da obra que deixaram.
O poema de Branca, que era uma recitalista, não é inédito, tendo posto no álbum uma quadra das suas intituladas «Canções do Meio Dia» que é assim:
" Nenhuma data me importa,
se a não marca a tua mão,
parando o meu coração...
por bater à minha porta..."
A seguinte é Maria Fernanda Telles de Castro e Quadros Ferro (1900 - 1994), que nasce no mesmo dia de Florbela, seis anos depois dela (1900) e que era casada com Antônio Ferro desde 22, e tinha ganho o prêmio do Teatro D. Maria II em 20, que nos deixa esta quadra inédita que fala de pinhões, com muita graça:
"Os pinhões são como os beijos...
Quantos? Não sei... Não se diz...
Hei-de plantar um pinhal
tal como el-rei D. Diniz."
Ficam os registros, retira-se o ineditismo, revela-se o repente, a forma de estar, e a espontaneidade que houve.
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