quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A noiva do deserto e a maldição do deus do trovão II.






Continuando as destruições do patrimônio artístico em Palmira, nossa herança cultural, sem que ninguém faça nada, ou que pense fazer algo, permitindo a esses disatinados continuarem sua sanha destrutiva e assassina, e que só mesmo a ação divina, de um deus do antigo testamento poderá os fazer parar. Bel o semita, Belus em latim, é também Baal, que foi outra vez ofendido, tendo sido destruido seu templo mais bem conservado desta vez. Repito, pois, minha exortação anterior quando foi destruido seu templo de Baal Shamin.

As caravanas de muitas rotas, como a da seda por exemplo, que atravessavam o deserto, hoje dito da Síria,  e que já teve muitos nomes, que seguiam buscando Damasco, para a seguir atingirem as águas do Mediterrâneo um pouco além, quando partiam deixando atrás de si o Mar Cáspio, tendo atingido Duro Europos tinham pela frente uma longa travessia do deserto até Damasco, tendo como único ponto de pouso e repouso em meio à longa jornada, Palmira, a noiva do deserto, encruzilhada de culturas perdidas na memória do tempo, tantas, umas após outras, que seria necessário o espaço de mais de uns vinte artigos como esse para esboçar todas as civilizações que por ali passaram e deixaram suas marcas nesse precioso patrimônio da humanidade.

Palmira, sonho de visita de todo aquele que goste de história, de arqueologia, de cultura, do passado da humanidade, símbolo máximo dos caravançarais, essa hospedaria ancestral, mãe de todo o turismo, que recebia todas as caravanas que vinham em largo deslocamento demandando refúgio, descanso e proteção, tradição de hospitalidade, símbolo de respeito e fraternidade em meio a um ambiente inóspito e adverso, literal oásis para as fadigas dos viajantes, local de encontro há mais de dez mil anos, onde desde que há notícia documentada foi baluarte do trânsito ancestral, quando o homem buscava desenvolver suas habilidades em todas as artes e ciências que, movimentando-se entre oriente e ocidente dirigiam-se a Palmira nesse deslocamento.

Palmira, minha noiva tantas vezes sonhada, que eu desejava outra vez visitar para rever todos seus testemunhos, verdades de outras eras, reminiscências da luta eterna do homem em busca da verdade, do saber e do progresso, não te posso ver mutilada, não te posso crer em mãos sem nenhuma lógica, sem nenhum propósito outro que a expressão da estupidez  humana, do ódio gratuito, e da falta de entendimento do que é a história do homem nesse mundo: Eu tenho em mim um ódio violento, não gratuito, mas justificado pelo mal que fazem a ti minha noiva amada, que não posso aceitar que o entendimento de uns quantos possam te querer amputar o passado glorioso, o testemunho em pedra e barro do tempo que por ti passou, e de que és testemunho vivo.

Não posso, calei-me quando destruíram Al-lãt pasmo de horror, esperei que outras vozes  mais altas que a minha se levantassem, e que o rugido de todos os leões, desde o inglês aos da Etiópia, vibrassem uníssonos em censura contra a ignomínia perpetrada, mas nada. Agora que atacam o templo de Baal, de Baal-Shamin, essa entidade poderosa, meio demônio meio deus antigo e vingativo, odioso e odiento, mal de muita memória, mau em suas ações, que espero que em revolta do que fizeram a seu templo possa vingar-se desse amaldiçoado Estado Islâmico que mata, conspurca, destrói. Que os trovões de Baal possam cair todos sobre a vossa cabeça,Oh! Maldição do Islão, porque o Islão que conheço é promotor do amor e da compreensão, vós sois uma aberração, a abominação do tempo, tempo em que tenho o desgosto de viver pela vossa existência, e que por isso vos esconjuro com milhões de trovões de Baal, que lhes caiam na cabeça como bombas de fragmentação que vos despedace, como despedaçaram meu coração com as maravilhas que deixaram de existir por vossa causa, e com as almas dos inocentes que vos matastes, que desejo vos atormentem até o último de vossos dias.

Terminava assim minha anterior exortação, agora com Bel, que Baal também o é, que sempre foi cultuado em sua manifestação trinária, como Astarte, Venus e Arsu, que também por lá andaram, sendo Bel o senhor, que se fazia acompanhar das duas mais antigas manifestações divinais que existem, o Sol e a Lua, interpretados como pertencentes ao senhor Bel, e com ele operantes, respactivamente Yarhibol, e Aglibol, que espero se unam todas e revoltem-se punindo esses assassinos destrutivos.

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