quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Agora o terror!






Porretadas que abrem as cabeças às crianças, gás que envenena bebes, baixar o cacete em toda a gente, estabelecer uma zona de conflito a troco de tão somente não deixarem passar os refugiados, não é certamente a solução mais inteligente. Porém, inteligência a parte, eu que nunca mais ponho os pés na Hungria, nem para terminar uma pesquisa que poderia requerer mais detalhes, a dou por concluída, não posso compreender que essa situação não fosse evitada, já que evitável, a não ser por vontade do terror!

Vontade de semear o terror, ofender as pessoas, machucar as pessoas, humilhá-las, para evidenciarem que elas não são bem vindas, quando a sua imensa maioria já se dirigia para esse ponto de fronteira. Gente que está um pouco perdida, sofrida de longas deslocações, com crianças ao colo, em marcha forçada, ao relento, sem as mínimas comodidades, dormindo ao frio, quando conseguem dormir, sem banho, sem arear os dentes, sem lavar a cabeça, ou o rosto, ou fazer a barba, sem privacidade para irem fazer suas necessidades, que fazem no mato, após tudo isso, em vez de encontrarem simplesmente uma assistente social que lhes dissesse tão somente o seguinte: As fronteiras estão fechadas, desculpem, vocês terão de tomar outro caminho, o que, decerto, evitaria a violência e retiraria o terror de se juntar à já longa lista de sofrimentos desses infelizes, cujo sofrimento maior está na origem, e que foi terem que deixar tudo para trás: casa, família, amigos, cidade, hábitos, empregos, referências, para se lançarem nessa jornada penosa, que já perto do final, onde aguardam um sorriso e algum acolhimento, receberem bastonadas, gás lacrimogêneo, prisões, processos, agressões de toda ordem, motivados pelo simples fato de não os querer deixar passar. A Romênia está dividida, uns aceitam os refugiados, outros não, mas essa postura leva a que a população não tenha alcançado a unidade ou uma homogeneização, essa que transforma um país numa nação.

Se algo justifica isso, por favor que me esclareçam, não consigo compreender. Na Hungria nunca mais ponho os pés, como ainda não fui a Alemanha, porque  não consigo esquecer, e porque penso que minha presença física seria um pouco como justificar tudo que houve, me dirão que foram outros, sim foram, mas são os pais e avós desses, é todo um modelo de vida, uma forma de sentir que me é estranha e da qual não pretendo me aproximar. Tive um busto do Goering para vender por força de minha profissão, aliás muito valioso, nunca o tive dentro de casa, ficou na varanda, até que me pude livrar dele, mesmo com prejuízo. Dirão alguns que é preconceito, sim é! Tenho um enorme conceito prévio de ser contra assassinos, de não tolerar injustiças, e de não aceitar o terror!

Eu que nunca escrevi nada que envolvesse uma referência pessoal, porque acredito que as coisas devem ser tratadas com distância, para serem bem colocadas, nesse texto fiz revelações, mas não fujo a elas. Que mais vos posso dizer? AGORA O TERROR!



P.S. A Hungria deve ser expulsa da UE. um país que age como a Hungria tem agido, pode ser Africano, do Médio Oriente, dos quintos dos infernos, mas não europeu! 

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