quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O plancton e o plástico.










Existem coisas de natureza tão diferente cujo aspecto é muito próximo, assim são as nuvens e o algodão, o vidro e o cristal, a louça e a porcelana, o plástico e o plancton, coisas que semelhantes, são tão diversas, que, porém, pela similitude, se permitem confundir. Não são muitas, e, a confusão na maioria dos casos não causa damos, porém a de nosso título, é fatal!  


Há vários tipos de plásticos, e vários aspectos do plancton, porém a quase invisibilidade de um saco plástico transparente flutuando nos oceanos, faz parecer que em dado volume de água do mar onde bóie aquele plástico, aquela porção água, seja só água, logicamente com seu plancton flutuante, com sua vida inerente, com suas características de água cheia de vida nela dissolvida, na grande antiga sopa oceânica primordial, origem de toda vida no planeta, atual sopa alimentar, início de toda a vida nos mares, base de tudo que existe no mar, e esta aparência se revela fatal para os que consomem esse plancton.


Muitos animais o consomem, mas fiquemos-nos pelas baleias, esses maravilhosos animais que cantam, que são os maiores que existem no planeta, e que só a riqueza alimentar dos oceanos, e a capacidade de fazer flutuar da água, permitem que possam existir semelhantes animais. As baleias que as há de duas maneiras, as com dentes e as sem dentes, sendo as maiores as sem dentes, que desenvolveram características muito particulares para se alimentar, sugando imensas quantidades de água que são filtradas, retirando dessa água todo o alimento que nela bóia, que será ingerido, vindo a flutuar junto com esse alimento o plástico que deixamos ir ter ao mar, logo será também ingerido com o plancton.

Das setenta e seis baleias que existem a maioria é dentada (os Odontocetáceos) pois essas são sessenta e seis, mas as outras dez são desdentadas, (os Misticetáceos) que usam suas barbatanas para filtrar a água que sugam, e da qual retiram as toneladas de alimentos que necessitam diariamente. Dentre as mais conhecidas, por terem chamado especial atenção aos humanos, estão as corcundas, que com suas nadadoras gigantes impulsionam-se velozmente, é a Megaptera novaenglia que chega aos dezenove metros de comprimento  e às quarenta e oito toneladas, ganhou essa denominação científica que quer dizer asa gigantesca (mega + pteros) e é designada como da Nova Inglaterra (nova + englia).  A azul por ser o maior gigante que existe, já que a Belaenoptera musculus chega aos trinta metros de cumprida e a pesar cento e noventa toneladas, chamam-na azul por que apresenta um pouco essa coloração, e parece óbvio porque a designaram 'musculus' já que é certamente o maior feixe de  músculos que existe, e tem também os maiores músculos que existem no planeta, esse maravilhoso e dócil monstro só se alimenta de plancton. A outra é a jubarte, Mallotus villosus, que é atlântica e ártica e tem sua migração muito conhecida e pode-se dizer que em certo sentido é a mais brasileira das baleias, por percorrer a extensa costa do Brasil, sendo muito visível ao longo dessa. As seguintes mais conhecidas, o são 'de visu' por serem costeiras, assim é a carvoeira, que atinge vinte metros  e  dezessete toneladas, são as baleias-sei, Balaenoptera borealis, e cujo nome indica sua localização, outras duas muito visíveis, são as da Biscaia e as francas, as primeiras devem seu nome a esse golfo espanhol, por isso também são designadas franca-bascas a Eubalaenae glaciaris, que leva um dos nomes do oceano que frequenta, o Ártico, atinge os dezoito metros de comprimento e as noventa e sete toneladas de peso, e são facilmente reconhecíveis por suas enormes calosidades. A franca que compreendem quatro espécies, e talvez dois gêneros, há discordância quanto a isso, e que sua designação específica denota sua localização, ditas por isso franca, por ocorrerem em todos os mares, são elas Eubalaena, podendo ser australis, glacialis, ou japonica, sendo a quarta a Eubalaena mysticetus, dita também Balaena, e chamada de baleia da Groenlândia ou baleia-franca-boreal, distinguindo-se da sei que não é franca, atingem dezoito metros e chegam a pesar entre quarenta e oitenta toneladas, todas comedoras de krill, as francas são também chamadas de lisas ou verdadeiras, por ser quase o protótipo das baleias. Temos ainda as cinzentas, com seus quinze metros e vinte e cinco toneladas, Eschrichtius robustus,  bem visíveis também por frequentarem águas costeiras. Outras grandes comedoras de krill são as fin, que atingem vinte seis metros e as sessenta e nove toneladas, Balaenoptera physalus, dita comum, baleia-comum, ou rorqual-comum, já que são todas rorquais. Faltam as duas pequenas, a minke e a pigmeu, que são as menores das desdentadas, a primeira é bem conhecida por ser costeira, Balaenoptera acutorostrata, que tem dez metros de comprida e nove toneladas de peso, já a pigmeu, ou pigmeu-nerdadeira como também a chamam, Caparea marginata, é ainda menor, com seis metros de comprimento e pesando quatro toneladas e meia, dita assim verdadeira para distinguir de outras baleias que são os golfinhos, todos cetáceos, e todos entre as espécies ameaçadas. 


Há outros animais que pagam também essa fatura, são animais como as tartarugas que comem o plástico por o confundir com as águas vivas de que se alimentam, e outros animais sugadores de plancton que sugam plástico junto com o plancton, entupindo seus canais de sucção, como o tubarão-baleia, que além das baleias de barbas, como expliquei são o alvo preferencial dessa situação desgraçada de haver plástico a flutuar no mar. Você que vai a praia e se quer bronzear, lá ficando muito tempo, leva um sanduíche de casa para comer na praia, uma ação inocente e comum, este vai embrulhado num saco plástico, depois de você ter desembrulhado o sanduíche enterra o saco na areia, ou o põe debaixo da toalha, quando se vai embora, deixa lá o agente da morte, que irá matar uma tartaruga, uma baleia, sabe Deus que mais miséria irá causar. SUA DESATENÇÃO É CAUSADORA DE DESTRUIÇÃO, ESPALHA A MORTE.  

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