Sabedor dos riscos que corre e crente profundo, vai pedindo a todos que orem por ele. Francisco não perde oportunidade de solicitar orações, como é que isso funciona?
Odeia o pecado, mas ama o pecador nos diz a Bíblia, para amar é necessário perdoar, aceitar, incorporar, e é essa a preocupação de Francisco. Como é que se faz?
Só há uma maneira de estar honestamente no mundo, é cuidando dele, das coisas que acontecem nele, porque somos todos responsáveis. No episódio de José com os irmãos, que acabam por traí-lo, roídos pela inveja, ressoa uma frase à qual devemos prestar particular atenção: "Sou por acaso guardião de meu irmão?" A resposta é um inequívoco sim, por isso havemos de guardar e vigiar. Como é se faz isso?
Ele se vai precavendo face dos interesses poderosos que incomoda. Tem de os incomodar, para isso foi escolhido, e não fugirá, ou resignará, sabe que é o cordeiro da oferta, está pronto a morrer a qualquer instante, mas não pode recusar a oferta, se não tudo perde sentido, sua vida perde sentido, sua razão de existir e sua missão que aceitou não se consumarão, por isso tem de prosseguir, estar na estrada como ele diz, e acrescenta que prefere morrer na estrada do que não prosseguir com sua missão. Está tudo dito, mas para prosseguir a missão é necessário estar vivo, e sabe que só uma coisa nesse mundo o manterá vivo: A opinião pública. Não conteriam as forças que se desencadeariam se ele fosse morto, sabedores disso seus inimigos escondem-se nas sombras das suas transgressões, não como fizeram ao primeiro João Paulo, que mataram intramuros, eliminando esse apostolado de consertos, morreu antes mesmo de os tentar, mataram-no só por o querer tentar, isso com Francisco tornou-se logo impossível. Ao segundo João Paulo atribuíram, numa nova estratégia, a ação de eliminá-lo através de forças externas, Mehmet Ali Agca é o escolhido, e João Pulo ainda teve que guardar segredo para evitar uma convulsão com o conhecimento da verdade, depois na visita a Fátima é um padre que irá tentar, mas a polícia portuguesa é mais eficiente e evita o atentado, Juan Fernández Krohn, o segundo escolhido para a missão de eliminar João Paulo II, um padre da Sociedade Santo Pio X, é percebido e detido antes de consumar seus propósitos assassinos. Assim em menos de um ano, ou no exato espaço de um ano, tentaram duas vezes, e João Paulo mudou de estratégia para não ser morto como fora seu antecessor. Seguiu-se o homem da Cúria, o décimo sexto Bento, que vendo a maré refluir contra sua governança, e com medo do que pudesse acontecer, resigna, Francisco o sucede, logo lança-se debaixo dos holofotes da opinião pública que sabe ser o único poder na Terra capaz de o defender, e, crente convicto, recorre a Deus que o escolheu para o ajudar a completar sua missão, é assim que ele começa a pedir orações por si, para que não morra, para que Deus o proteja.
Uma Igreja excludente divide, separa, afasta seu rebanho. E afinal de contas Deus não é perdão, tolerância e amor? Então com que direito seus representantes na Terra não perdoam, apontam, restringem, excluem milhares de cristãos em virtude de sua opção sexual, em virtude de terem rompido uma relação humana, e, talvez, por terem começado outra, excluindo também o destinatário desse afeto, novo par da nova relação? Assim dentro dos melhores princípios cristãos, os quais a Igreja tinha repudiado, Francisco introduz uma diretiva incontestável à luz do texto da Boa nova, dos Evangelhos, à luz do texto bíblico: o perdão. Há que perdoar, e concita a todos a fazerem-no. Perdoar, não aceitar o pecado, mas amar o pecador, perdoando-o, e o reintroduzindo na vida da Igreja, uma coisa tão simples, e as reações que tem gerado, a força do preconceito, do ódio, não só ao pecado mas também ao pecador, da exclusão, da pretensa pureza do rebanho que seria conspurcado por esses pecadores, toda a hipocrisia e pretensão dessa gente, sua vaidade, orgulho e presunção, que Francisco deu combate com sua sabedoria e firmeza, expressas numa ordem: Perdoai!
Por fim se incluíndo na realidade da vida no mundo, como todos nós, pois não foge dela escondendo-se por detrás de uma espiritualidade, que, apesar de ser inerente ao Vaticano, não o exclui do mundo declarando uma neutralidade em relação aos temas prementes de nosso tempo, como se vivessem nas nuvens, não, Francisco busca respostas para as coisas do mundo tanto como para as coisas do espírito, não se exclui, não se nega, não foge, vigia, e com sua vigilância, com sua presença, pede a nossa vigilância, nos concita a sermos presentes, e mais que tudo aconselha: VIGIAI!
Esse o tripé, por enquanto, ainda haverá outros pés, da ação de Francisco, franciscana em sua essência, papal na sua condição, perfeita na sua escolha. Um tridente a fustigar o mundo, com as forças de um Netuno indômito, com a bravura de uma combatente heróico, e com a candura de um pai extremoso.
A nós que queremos o bem do mundo, só nos resta seguir suas pegadas, e vigiando e perdoando, ORARMOS POR FRANCISCO.
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